Fichamento II


Nome: Jéssica Quintas Paccola
Matrícula: 10/0031935

FICHAMENTO II
CYSNEIROS, G. PAULO. Novas Tecnologias na sala de aula: Melhoria  do ensino  ou inovação conservadora?, Informática Educativa. UNIANDES – LIDIE ,Vol 12, 1, 1999.
Resumo:
O autor faz referência ao uso da tecnologia na educação e de que forma isso afeat tanto estudantes como professores em sala de aula. Demonstra que os professores passam por processos de frustração ao se verem incumbidos a adaptarem-se as novas tecnologias e propriarem-se da grande quantidade de conhecimento disseminado, mas em contrapartida deixam de ver que esta não é a lógica ao se aplicar tecnologia ao conhecimento e sim uma nova forma de ensinar e aprender.
É bem evidente no texto essa comparação entre qualidade do ensino e uso de tecnologia, ou seja, é posto em pauta que possuir tecnologia não significa saber ensinar, apenas possuir novos recursos para o mesmo.

2) Citações principais do texto:

“Qualidade... a gente sabe o que é, e, ao mesmo tempo, não sabe. Isso é contraditório. Mas algumas coisas são melhores do que outras, ou seja, têm mais qualidade... Mas o que é “ser melhor”? Porém se a gente tenta definir qualidade, isolando-a das coisas que a possuem, então puf! - já não há o que falar...” (p.11)
“São instituições dependentes da administração central das redes escolares, em contextos de forte dependência da burocracia cristalizada e das oscilações de quem estiver no poder.” (p.12)
“Sua principal conclusão é que o uso de artefatos tecnológicos na escola tem sido uma história de insucessos, caracterizada por um ciclo de quatro ou cinco fases, que se inicia com pesquisas mostrando as vantagens educacionais do seu uso, complementadas por um discurso dos proponentes salientando a obsolescência da escola. Após algum tempo são lançadas políticas públicas de introdução da nova tecnologia nos sistemas escolares, terminando pela adoção limitada por professores, sem a ocorrência de ganhos acadêmicos significativos. Em cada ciclo, uma nova seqüência de estudos aponta prováveis causas do pouco sucesso da inovação, tais como falta de recursos, resistência dos professores, burocracia institucional, equipamentos inadequados.
Após algum tempo surge outra tecnologia e o ciclo recomeça, com seus defensores argumentando que foram aprendidas as lições do passado, que os novos recursos tecnológicos são mais poderosos e melhores que os anteriores, podendo realizar coisas novas, conforme demonstram novas pesquis.” (p.12)
“(...)não adoto o discurso dos defensores da nova tecnologia educacional, que mostram as mazelas da escolas (algo muito fácil de se fazer), deixando implícito que nossos professores são dinossauros avessos a mudanças. É um discurso tentando nos convencer a dar mais importância a objetos virtuais(...)” (p.14)
“Aprendemos que a expectativa de administradores, professores, alunos e pais era que se ensinasse informática na escola, não no sentido de uso pedagógico de computadores,[vi] [vii] nos levando a explorar a introdução da informática na escola como uma mistura de Informática Na educação e de preparação para o trabalho(...)” (p.15)
“O fato de se treinar professores em cursos intensivos e de se colocar equipamentos nas escolas não significa que as novas tecnologias serão usadas para melhoria da qualidade do ensino.” (p.15)
“(...)inovação conservadora, quando uma ferramenta cara é utilizada para realizar tarefas que poderiam ser feitas, de modo satisfatório, por equipamentos mais simples(...)” (p.15)
“São aplicações da tecnologia que não exploram os recursos únicos da ferramenta e não mexem qualitativamente com a rotina da escola, do professor ou do aluno, aparentando mudanças substantivas, quando na realidade apenas mudam-se aparências.” (p.16)
“A presença da tecnologia na escola, mesmo com bons software, não estimula os professores a repensarem seus modos de ensinar nem os alunos a adotarem novos modos de aprender. (...) Um bisturi a laser não transforma um médico em bom cirurgião, embora um bom cirurgião possa fazer muito mais se dispuser da melhor tecnologia médica, em contextos apropriados.”  (p.18)
“Em tais horas, devido ao sentimento de inadequação, não ocorre ao professor que o mais importante é o ato de pensar com determinadas informações, não o acesso indiscriminado a qualquer informação.” (p.19)
“Para a formação básica de uma criança e para resolução dos problemas que alguém encontra no dia a dia, as informações mais relevantes são aquelas amadurecidas pelas gerações passadas, pelo tempo, ou aquelas encontradas na própria comunidade, acessíveis através de meios mais simples como jornais e pelo contato humano no próprio grupo social, não aquilo que está ocorrendo em Nova Iorque ou em Tóquio e colocado na Internet.” (p.19)
“Embora a Internet seja um recurso com muito potencial para determinadas atividades educativas, ela também pode ser mais um fator de colonialismo cultural, pois estamos recebendo a informação daqueles que tem condições de colocá-la nos computadores, reduzindo nossa presença e ampliando o alcance do poder de suas idéias, com todos os fatores associados do formato hiupertexto, da velocidade, de multi-representações.” (p.20)
“Embora devamos perseguir o ideal de uma aprendizagem estimulante e auto motivadora - em salas de aulas ricas em recursos e com respeito à individualidade e espontaneidade do aprendiz - sabemos que além do prazer da descoberta e da criação, é necessário disciplina, persistência, suor, tolerância à frustração, aspectos do cotidiano do aprender e do educar que não serão eliminados por computadores.” (p.20)
“(...)uma primeira análise fenomenológica superficial é que a tecnologia não é neutra, no sentido de que seu uso proporciona novos conhecimentos do objeto, transformando, pela mediação, a experiência intelectual e afetiva do ser humano, individualmente ou em coletividade; possibilitando interferir, manipular, agir mental e ou fisicamente, sob novas formas, pelo acesso a aspectos até então desconhecidos do objeto.” (p.21)
 3) Comentários:
Com base no texto do autor, concluo que ficou muito bem colocado a diferença entre ter qualidade no ensino e possuir uma tecnologia para o ensino.
Esses dois itens não se combinam apenas por estarem juntos. Uma boa tecnologia quando não usada de forma correta pelo professor não caracteriza uma melhora na educação e por muitas vezes pode tornar-se um impedimento.
A tecnologia usada hoje em sala de aula que em um primeiro momento era atrativa aos olhos dos alunos ,pode passar com o tempo a se tornar repetitiva, bem como induzir o professor a planejar aulas que não são criativas também. Isto porque criatividade não tem ligação direta com o termo tecnologia.
O que pode levar também em consideração neste âmbito é o conteúdo o qual os alunos passam a ter acesso com o uso da internet. De forma geral, estipula-se uma verdade de que o acesso a conteúdos mundiais são importantes e necessários para o crescimento e aprendizagem da criança, mas deixa-se de lado a questão da importância do cotidiano, da aprendizagem mais “simplificada”. Essa visão Freiriana, apenas aponta para uma visão clara de que aprender com o cotidiano além de ajudar a firmar raízes e pertencer a algum lugar, também ajuda a formular na mente a questão de cidadania e a assimilação de conteúdos de forma mais dinâmica.
Portanto, não é o acesso a inúmeras tecnologias e informações que fará do ensino um sucesso e sim a forma como é conduzido por todos.
4)Questionamentos :
É perceptível a indignação do autor quanto o avanço desenfreado da tecnologia e a incapacidade de professores, gestores e governo de saber levar o avanço de forma a enriquecer a educação.
Uma questão muito importante é a falta de programas bem elaborados por parte do governo, bem como a necessidade de continuidade dos mesmos, pois sabemos que a cada governo novos programas são criados e muitas vezes boas iniciativas são deixadas pra trás, o que gera  a frustração, a insatisfação e a falta de vontade de muitos em continuar a luta na educação.
É preciso parar pra pensar que existe um despreparo geral de todas as partes.

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