Fichamento I


Práticas mediáticas na Educação - UnB
Aluna: Jéssica Quintas Paccola
Matricula: 10/0031935

FICHAMENTO I
VALENTE, José Armando; ALMEIDA, Fernando José de Almeida. Visão analítica da informática na educação no Brasil: a questão da formação do professor. Revista Brasileira de Informática na Educação n.1, setembro de 1997. p. 45-60.
Resumo:
O texto analisa a implantação do uso de computadores nas escolas, comparadando-o com o que foi feito nos Estados Unidos e na França. Demonstra que nos Estados Unidos, foi caracterizado como uma necessidade de facilitar a transmissão de informação na escola e na França, apesar da não intenção de provocar mudanças pedagógicas, houve um avanço.
Trata da formação de professores para atuar com informática nas escolas nos três países ,como este processo se deu nos contextos escolares e quais foram as implicações destes processos formativos.
Retrata a intenção do Brasil de uma mudança pedagógico visando a criação de um novo ambiente de aprendizagem para a construção do conhecimento e não apenas transmissão.
2) Citações principais do texto:
“A Informática na Educação ainda não impregnou as idéias dos educadores e, por isto, não está consolidada no nosso sistema educacional.” (1º parágrafo, introdução)
"Programa Brasileiro de Informática em Educação" (...) Esse programa é bastante peculiar e diferente do que foi proposto em outros países. No nosso programa, o papel do computador é o de provocar mudanças pedagógicas profundas ao invés de "automatizar o ensino" (4º parágrafo, introdução)
“(...)a presença dos microcomputadores permitiu também a divulgação de novas modalidades de uso do computador na educação como ferramenta no auxílio de resolução de problemas, na produção de textos, manipulação de banco de dados e controle de processos em tempo real. De acordo com essa abordagem, o computador passou a assumir um papel fundamental de complementação, de aperfeiçoamento e de possível mudança na qualidade da educação, possibilitando a criação de ambientes de aprendizagem. O Logo foi o exemplo mais marcante dessa proposta.” (6º parágrafo, Informática na Educação nos Estados Unidos da América)
 “Nos Estados Unidos os professores foram treinados sobre as técnicas de uso do software educativos em sala de aula ao invés de participarem de um profundo processo de formação. Em outros casos, profissionais da área de computação têm assumido a disciplina de informática que foi introduzida na grade curricular como forma de minimizar a questão do "analfabetismo em informática". (...)A preparação dos profissionais da educação ainda é feita com o objetivo de capacitá-los para atuarem em um sistema educacional que enfatiza a transmissão de informação. Poucas são as escolas nos Estados Unidos que realmente sabem explorar as potencialidades do computador e sabem criar ambientes que enfatizam a aprendizagem.” (14º parágrafo, Informática na Educação nos Estados Unidos da América)
“(...)dedicaram muitos anos e muitos recursos à formação de professores. (...) Embora o objetivo da introdução da informática na educação na França não tenha sido o de provocar mudanças de ordem pedagógica, é possível notar avanços nesse sentido porém, esses avanços estão longe das transformações desejadas.” (3º parágrafo, Informática na Educação na França)
“Desde o início de 1970 a formação de professores e técnicos das escolas foi considerada como condição imperativa para uma real integração da informática à educação. Foram estruturados centros de formação e, no segundo plano nacional, houve uma preparação intensiva dos professores, mas ainda sem uma abordagem pedagógica específica. Os conteúdos versavam sobre o estudo do objeto informática e computadores, bem como sobre introdução a linguagens de programação, sem estabelecer articulações entre teorias educacionais e práticas pedagógicas com o computador. A formação em informática propriamente pedagógica iniciou-se a partir do Plano Informática para Todos (1985).”(16º parágrafo, Informática na Educação na França)
“(...)a primeira grande diferença do programa brasileiro em relação aos outros países, como França e Estados Unidos, é a questão da descentralização das políticas. No Brasil as políticas de implantação e desenvolvimento não são produto somente de decisões governamentais, como na França, nem conseqüência direta do mercado como nos Estados Unidos. A segunda diferença (...)é a questão da fundamentação das políticas e propostas pedagógicas da informática na educação.(...) A terceira diferença é a proposta pedagógica e o papel que o computador deve desempenhar no processo educacional” (2º parágrafo, As bases para a informática na Educação no Brasil)
“(...)formação tem sido feita através de cursos que requerem a presença continuada do professor em formação. Isso significa que o professor em formação deve deixar sua prática pedagógica ou compartilhar essa atividade com as demais exigidas pelos cursos de formação. (...) cursos são descontextualizados da realidade do professor.” (2º parágrafo, Formação de professores em informática na educação)
3) Comentários:
De acordo com o autor foram diferentes os motivos pelos quais os diferentes países tiveram a intenção de implementar a informática no âmbito educacional. Vê-se claramente a opinião frente a concepção capitalista dos Estado Unidos quando observamos que o uso do computador esta ligado a um processo de facilitação da transmissão da informação, sem que se pense de que forma a aprendizagem seria influenciada neste contexto. Já a França, apesar da não intenção de mudança pedagógica, obteve resultados satisfatórios pois atentou-se a formação de profissionais da área, experientes, para auxiliar o novo projeto.
O Brasil, teve total intenção de mudança pedagógica do sistema educacional, mas a falta de estrutura e de planejamento da formação dos professores para esta nova abordagem nas escolas, torna ainda hoje difícil a implementação do computador nas escolas.

4)Questionamentos:
Diante do que foi observado no texto, a pergunta principal levantada seria: De que forma o país pretende criar novos ambientes de aprendizagem sem que antes do mesmo se tenha um preparo para tal mudança? Não somente um preparo estrutural nas escolas, mas principalmente um preparo dos docentes que lidarão com a nova tecnologia diariamente. Como fazer para que o professor continue desempenhando seu papel dentro de sala de aula, mesmo com o uso de uma tecnologia que tem boa parte de seu conhecimento disponível?

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